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A Prática da Acupuntura: História, Teoria e Aplicações Contemporâneas

Foto do escritor: Andréa FélixAndréa Félix

Um mergulho na evolução, fundamentos e benefícios da acupuntura nos tempos modernos


A acupuntura é uma importante parte da medicina tradicional chinesa, com uma literatura de 2500 anos. Este trabalho busca fornecer, em sua primeira parte, a descrição da história, teoria e aplicações clínicas da acupuntura, também no Brasil, seguida de um relato de experiência clínica. A acupuntura é um dos tratamentos médicos mais antigos do mundo. Há relatos de práticas semelhantes a quase 4 mil anos antes de Cristo, quando se acreditava que a doença era causada pela ação de espíritos ou demônios. Dessa crença primitiva surgiram técnicas de cura religiosas, que podiam incluir ritual mágico com manipulação. Vários escalpes de animais datando dos primeiros séculos antes de Cristo estão marcados com pequenas incisões que foram aparentemente feitas para aliviar a dor, indicando que a acupuntura poderia ser uma prática antiga.


No Brasil, essa modalidade terapêutica parece estar restrita a profissionais da saúde que atuam na Medicina Tradicional Chinesa. A acupuntura e a moxibustão são importantes componentes do sistema de medicina chinesa que remonta a mais de 2500 anos, quando se tornou um método terapêutico importante ao longo dos últimos milênios na China e foi introduzida no Japão no século VI e na Coreia no final do século VI ou na primeira metade do século VII. Nos séculos XVII e XVIII, a acupuntura estava em seu auge e foi introduzida em algumas outras partes do mundo. A teoria mais aceita é que, mesmo antes da existência do sistema escrito, a acupuntura era um método de tratamento como qualquer outro que existia. Entretanto, nos capítulos escritos já se falava dela, sua ação sendo mais ou menos igual à água sobre a terra seca, ajudava a se equilibrar. Os seguidores da medicina asiática antiga acreditavam que uma força vital, ou qi, fluía por todo o corpo. Quando alguém estava saudável, esse fluxo era suave. Se alguém estava doente ou ferido, o qi era considerado fora de equilíbrio, causando dor ou doença.

História e Evolução da Acupuntura

A acupuntura é, inquestionavelmente, uma das mais difundidas alternativas do espectro das medicinas tradicionais. Já tem sido descrita na literatura clara com a sua presença entre nós. No entanto, reforçando as palavras de A. Pinto de Carvalho, a procura do passado e do significado da acupuntura apenas está no limiar. Trata-se de um longo caminho, que se perde no tempo, e é uma tarefa complexa, obrigando a uma reflexão continuada, apenas passível de avanços segmentados, mas segura, felizmente possível. E na tentativa de esclarecimento, foi objetivo deste artigo principalmente:

Pretende-se referir alguns extratos do que se conhece até aqui sobre a história e evolução da acupuntura até o presente, bem como alguns conceitos teóricos e aplicacionais contemporâneos. O termo acupuntura genericamente aplicado à técnica de estimulação de regiões anatômicas, com técnicas diversas, através de agulhas, assim como à existência de abordagem e maneira individual e pessoal de como aplicar estas técnicas, foi designada acupuntura verdadeira. Um outro termo utilizado de forma generalizada é a acupuntura invasão, que corresponde à utilização de técnicas diversas que não a inserção de agulhas no substrato da técnica descrita, ou a aplicação de maneiras 'não específicas' do ponto.

Como a acupuntura é aplicada com técnica de inserção cutânea, os aspectos da sua ação e do ponto de vista da avaliação da eficácia terapêutica contrastam de maneira nítida à dos outros. A crônica provocada por agentes frente à exposição continuada ao agente patogênico, no caso de doença, e também à sua eliminação. Na utilização das técnicas de estimulação incluída à da acupuntura, há que considerar uma lesão artificial ao inseri-la nos tecidos, com a consabida atuação do sistema natomecanorreceptor dos tecidos, principalmente das terminações nervosas relacionadas com as cadeias noxiais. Esta nocicepção se dará ao nível dos tecidos internos provenientes das cadeias viscerais, bem como das miofasciais, terá diferentes origens; uma vai inserir-se dentro da primeira camada da derme, no sentido perpendicular à pele; assim, em cada indivíduo, o diâmetro da área de acupuntura; da sua poliartria, os tecidos em profundidade.

Princípios e Fundamentos da Acupuntura

Reconhecida desde 1979, a acupuntura consiste em um dos ramos da Medicina Tradicional Chinesa. Baseia-se na filosofia oriental, em que o homem é considerado uma unidade interna de movimento com o ambiente aberto e vivo da natureza, parte ativa da renovação infinita do mundo físico e metafísico. A acupuntura pode ser estudada sob a perspectiva energética ou neurofisiológica. Aqui nos restringiremos à primeira. Como atestam os textos mais antigos, a Medicina chamada chinesa originalmente esteve preocupada com os problemas de saúde e com a cura das doenças. Mas esteve, também, preocupada em superar as vicissitudes da vida e alcançar o estado de permanente vivacidade, de indestrutibilidade ou essência.

Os conceitos de movimento e equilíbrio, segundo a tradição teórica chinesa, são os princípios mais básicos que tornam natural, ocorrendo mutações continuamente. As energias, ao se aliarem ou ao colidirem, entram em circulação pelo corpo e por ele vão. Suas trajetórias tampouco são as vistas pelos anatomistas porque se dispõem segundo “canais” ou “circuitos” de sentido principal de ação. Orientalmente, vive-se com afeto; a terra serve para todos com base em completa igualdade. Viva felizmente, gozando com moderação dos produtos da sua cidade e conviva de boa maneira. Viva com os pés na terra e com o espírito nos lugares altos. Além do conceito energético interno e externo, sempre em interação entre si, tem-se o conceito do corpo humano total em interação com o campo circundante.

Meridianos e pontos de acupuntura

O estudo da terapia dos meridianos é feito observando suas três características principais: o percurso, as funções e as relações internas entre si e com outros meridianos. As visões do percurso mais utilizadas na China são aquelas clássicas, percorrendo, acompanhando ou cruzando as estruturas do corpo, chegando aos órgãos e vísceras, utilizando o princípio básico da teoria do yin e yang. Um meridiano exerce sua função sobre a parte do corpo da qual se aproximou, quando o FA produz algum tipo de desequilíbrio, e não sobre o órgão que se localiza junto do meridiano.

Outros adquirem importância pela intensa relação que mantêm com os meridianos principais. Os meridianos principais se relacionam com os zang-fu e, no seu interior, permitem seu funcionamento. Cada meridiano principal, portanto, possui uma superfície, ponto de conexão dos meridianos extraordinários, um dos doze principais com o meridiano do pulmão, por exemplo, com espalhamento lateral a dezímetros em relação à linha central do corpo, e seu ponto morador para estabelecer a ligação do meridiano com o resto das estruturas, fixado na área entre a região cervicotorácica e o hipocôndrio, e subcostal lateral a sete vértebras em relação à linha vertebral, também perto do polo superior do rim. Outros meridianos percorrem circuitos próprios sobre a superfície ou sobre órgãos e vísceras, ou compartilham trajeto com meridianos específicos, ou originam ou derivam algum dos meridianos principais em algum ponto de seu percurso, proporcionando características próprias e singularidades especiais dentro da teoria da medicina energética chinesa.

Técnicas e instrumentos usados na acupuntura

Usados pelos antigos e praticantes de acupuntura, os aparelhos utilizados para o tratamento eram os mais variados, que iam desde pedaços de madeira até os instrumentos utilizados atualmente. Além das agulhas, entretanto, uma série de técnicas realizadas com os mais variados instrumentos constituem o arsenal terapêutico dos acupunturistas. Seu domínio requer grande habilidade e muita prática. O aprendizado depende do uso correto dos instrumentos para um bom resultado, especialmente para os diagnósticos, em lugares como o complexo ponto de dor do lado esquerdo no juque. Algumas fraquezas são a identificação da dor, a força do empurrão para provocar a dor e o movimento acidental. De maneira análoga, pode-se fazer referência à desagradável sensação que causa aos pacientes a aplicação de alguma técnica diagnóstica ou terapêutica, que requer uma atuação profunda no procedimento. No âmbito do cuidado de saúde cotidiano, o uso de agulhas para injetar ou perfurar é percebido por muitas pessoas como uma situação que causa pânico, especialmente àqueles que têm fobia a injeções. Pode-se dizer então que a atividade carrega um grau preciso, carrega um controle exato do lugar. Dentro do subdomínio dos procedimentos de diagnóstico, se encontram também os toques pertinentes, a palpação e a percussão.

Evidências científicas e aplicações clínicas da acupuntura

Apesar dos limites metodológicos e práticos na avaliação das evidências científicas, um grande número de estudos e revisões sistemáticas ampliou consideravelmente o campo de aplicação da acupuntura. Além da adjuvância das dores de origem muscular, traumática, neuropática e como anestésico em processos cirúrgicos e em procedimentos invasivos. São promissores relatos sobre o seu uso em Acidente Vascular Encefálico, doenças reumáticas, insônia, enfermidades respiratórias e profilaxia das enxaquecas. A acupuntura é reconhecida como promissora no tratamento da enxaqueca, dor nas cervicais, dor lombar, dor do joelho, dor isolada na face, ciática, artrite reumática, odontalgia, tenossinovite, perturbação psiquiátrica, periartrite do ombro, dor tendinomuscular idiopática, constipação, diarreia, dispepsia hipersecretória, espasmo esofagiano, náuseas e vômitos, espasmo pilórico e úlcera gástrica benigna. A utilização dessa técnica continua a ser um complexo processo que exige uma abordagem que aguça o olhar, uma vez que se atribui melhor resultado a várias técnicas combinadas, até mesmo para um mesmo paciente em diferentes momentos. A prática da acupuntura é regulamentada no Brasil pelo Ministério da Saúde e pelo Conselho Federal de Cirurgiões Dentistas desde 1998. Hoje, o Brasil conta com cerca de 4.900 profissionais licenciados, sendo que, em média, 25% deles estão trabalhando de maneira clínica e mais de 50% realizam acupuntura como um ato voluntário de sua formação, ou seja, sem uma especialização na área. Além destes profissionais, os fisioterapeutas têm a possibilidade de utilizarem a técnica com conhecimento da resolução e contam hoje com 90 cursos registrados no Ministério da Educação que seguem as diretrizes estabelecidas na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS. O custo do procedimento de acupuntura é baixo quando comparamos os números das sessões preconizadas por quem direciona o serviço, o que dificulta uma melhor remuneração junto ao Sistema Único de Saúde.

Considerações Éticas e Regulamentos Legais na Prática da Acupuntura

É evidente que o cumprimento de normas éticas e legais é condição fundamental para o exercício de qualquer profissão. Vale lembrar que a ética se refere ao estudo dos valores morais e dos princípios ideais que norteiam o comportamento humano. Já a legislação, constituição e leis são baseadas nos valores éticos e funcionam como instrumento coercitivo em uma determinada sociedade, visando garantir a ordem e o bem comum. Ao longo da história da humanidade, é possível observar a influência de várias instituições que estabelecem as normas morais e éticas da sociedade, como, por exemplo, a religião, as filosofias, a medicina, dentre outros.

A acupuntura envolve uma série de variáveis técnicas que estão implicadas, diretamente ou não, em uma multiplicidade de elementos que afloram na prática clínica, e a conduta do acupunturista deve ser pautada por um código de ética. Por sua vez, o exercício da acupuntura está sujeito à regulamentação legal, que se pode dar de maneira específica ou partilhada com outras profissões, a depender do país. No Brasil, até o presente, a regulamentação específica da acupuntura ainda não foi efetivada. Como disciplina pertencente às áreas de saúde, a prática da acupuntura é normatizada no Brasil por um Conselho Federal e por 26 Instituições de Conselhos Regionais de Vigilância Sanitária, que regulamentam o exercício das Práticas Integrativas e Complementares. Similarmente, a acupuntura e suas contribuições dispõem sobre a necessidade da regulamentação do exercício desta prática nos países signatários, que funcione conforme as leis vigentes e outras regulamentações de controle aceitáveis.



 

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